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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sendo o que se é para ser mais - por Alessandra Miranda






A Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens² nos desafia e nos provoca para falar, refletir e agir sobre quais as origens da violência, e podemos fazer isto através da análise estrutural dos vários tipos de violência da realidade no Brasil, sejam elas físicas, morais ou psicológicas. Estas abordagens vão variar de cultura para cultura, porém temos que ter claro o princípio de que qualquer violação de direito à vida deve ser levada em conta uma ação concreta de violência, seja ela direta, como a negação de direitos básicos que caracterizam a pessoa humana como cidadã e sujeita de direitos ou configurando-se em condições de extrema injustiça social, sendo negados direitos fundamentais na garantia de vida digna, educação, lazer, saúde, moradia, alimentação e vida segura. Olhar esse parâmetro é ter clareza que historicamente temos uma herança através das estruturas de poder que ao longo dos séculos vem configurando a ideia de privilégios, individualismo, riqueza e acesso privilegiado aos/às “escolhidos/as” ou “selecionados/as” na sua condição de vida.

Logo, a Campanha, que começa a ser sonhada e planejada na 15ª Assembleia da Pastoral da Juventude do Brasil (PJ, PJMP, PJE, PJR), em 2008, não começa a existir por si mesma, mas pela urgência de se fazer um debate sobre as várias formas de violência sofridas pelos/as jovens, em especial os/as jovens do Brasil inteiro que são exterminados/as, vítimas de assassinatos, suicídios e acidentes de transito.
Depois de dois anos de Campanha, evidenciada e mobilizada em vários cantos do Brasil, através de lançamentos organizados pelos/as jovens nas Igrejas, movimentos, organizações e espaços de participação juvenil, ela reafirma a necessidade de continuidade de suas ações. As Pastorais da Juventude estão colocando em prática sua missão na evangelização da juventude, protagonista e atriz principal na transformação de sua própria história, junto a esta realidade de morte que chega às portas de adolescentes e família inteiras, deixando desespero, tristeza, desesperança e sensação de vida interrompida. Missão evangélica porque, como seguidores/as do Cristo ressuscitado, o compromisso com a vida em abundância é o mandamento de relação de amor com a humanidade.
Mais ainda, não podemos dizer que a missão está por fim, já que se têm alterado os gestos negativos e já podemos sonhar com a ausência total de qualquer forma de violência com a pessoa, em especial contra a vida de jovens. Os números, que não são apenas números quantitativos, revelam em si a significância concreta de pessoas reais, com sonhos, famílias, esperanças, angústias e desejos de vida; jovens com endereços de moradia e trabalho, com amigos na esquina, participantes de grupos e tribos na sua diversidade, que frequentam escolas, universidades, festas e Igrejas, estão nos bairros nas grandes ou pequenas cidades, em zona rural ou comunidades tradicionais como quilombolas e ribeirinhos; são milhões que deixam de ser atores, protagonistas das suas próprias vidas e histórias para acrescentar e se somarem aos números desoladores das pesquisas sobre morte de jovens no país.
O Mapa da Violência 2010 e 2011³, com informações do Ministério da Saúde, pode ser uma boa referência e algumas delas já justificam a importância da continuidade de ações contundentes contra a violência: temos a informação da interiorização da violência no país; a continuidade da vitimização de homicídios baseados na raça e gênero, chegando 12 vezes mais negros/as sendo vítimas do que os/as brancos e uma alta proporção de mortes masculinas. O levantamento na realidade local é fundamental para essa sensibilização e formação que leva para ações concretas.
Tendo como base esse cenário repugnante de violência institucionalizada, a Campanha Nacional Contra a Violência e Extermínio de Jovens deve ser assumida por todos os homens e mulheres que acreditam em Outro Mundo Possível, no Reino de Deus, na Terra Sem Males. Seja qual for o lugar social que ocupamos, dentro ou fora das estruturas, religiosas, sociais ou políticas, se fizermos isto de forma articulada e organizada nos eixos de “formação, política e trabalho de base” para a mobilização dos grupos que acompanhamos para fazer uma escuta melhor da realidade, com informações concretas e levantamentos sobre a violência no Brasil. Outro eixo de ação são as ações de massa e divulgação da Campanha, dando visibilidade, realizando festivais, debates, lançamentos da Campanha nas escolas, Igreja e grupos. Aproveitar as ações realizadas nas atividades permanentes das Pastorais da Juventude, como Dia Nacional da Juventude, Semana da Cidadania e Semana do Estudante, Semanas Maristas de Pastoral, Feiras de Ciências, Artes e Esportes; enfim, todo espaço pode ser potencializado como lugar contra o extermínio de jovens. Não se esquecer de utilizar os meios de comunicação, como rádio, televisão, redes sociais (orkut, facebook, twiter) e outros canais de visibilidade. E, por último, o eixo “monitoramento da mídia e denúncia quanto à violação de direitos humanos”, esta ação deve ser permanente em nossas relações com a mídia, favorecendo o encontro para espaços de críticas aos conteúdos que legitimam a violência estrutural ou física e fazer denúncias, ficar atentos/as com a mídia que faz da violência um ato de espetáculo e da normatização da injustiça social.
Pensar, refletir e conversar sobre violência na perspectiva do cuidado e defesa da vida da pessoa humana e, principalmente, daqueles e daqueles que têm seus direitos negados e usurpados não é apenas o lugar da solidariedade, mas da compaixão, no sentido mais literal e radical da palavra. Colocar o coração do lado do coração do outro/a e sentir junto, sofrer junto, alegrar junto, colocar a vida em favor da causa, da luta e da mobilização que pode salvar vidas - vidas da juventude.
Inspirados/as pela coragem e apoio, retomamos Pe. Gisley4, assassinado em junho 2009, que queria gritar e girar o mundo: “chega de violência e extermínio de jovens”. Hoje sua vida para nós é sinal de força, de iluminação, de resistência e de ternura na causa contra o extermínio de jovens, na expressão máxima de identificar e reconhecer nos/as adolescentes e jovens o divino da graça de ser, sendo o que se é para ser mais.

1 Colaboradora da Casa da Juventude Pe. Burnier, Núcleo de Formação, Assessoria e Pesquisa. Integrante da Comissão Nacional de Assessores da Pastoral da Juventude
2 www.juventudeemmarcha.org
3 www.mapadaviolencia.org.br
4 Padre jovem Estiguimatino, assessor do Setor Juventude da CNBB.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Seminário - presença Carlos Rodrigues Brandão‏


Seguem mais informações e ficha de inscrição.

Goiânia, 25 de Abril de 2011


                A Casa da Juventude Pe. Burnier - CAJU, Instituto de Assessoria Formação e Pesquisa, que há 26 anos oferece um serviço especializado sobre Juventude, o Instituto Marista de Solidariedade, o Fórum Goiano de Economia Solidária, a Rede de Educação Cidadã e a Cáritas Brasileira provem, neste ano, os Seminários A Sociedade que Queremos!

Os Seminários são destinados a participação de jovens estudantes, pesquisadores, educadores/as, gestores de políticas públicas para juventude, agentes de pastorais e comunitários e lideranças de movimentos sociais.

Temos a alegria de convidá-lo/a para a Conferência de abertura dos seminários no dia 06 de Maio de 2011 na Casa da Juventude Pe. Burnier, localizada na 11ª avenida, nº.953, Setor Universitário, às 19h a tratar do assunto Economia Solidária e Políticas Públicas na Construção de Outro Mundo Possível, com o objetivo de informar e sensibilizar a população brasileira sobre o que é a Economia Solidária, apresentando seus valores e princípios e demonstrando suas potencialidades e desafios na promoção de um novo modelo de desenvolvimento includente, sustentável e solidário”. O conferencista será Carlos Rodrigues Brandão, especialista em educação, mestre em antropologia social e doutor em ciências sociais que atualmente é professor na Universidade Estadual de Campinas -  UNICAMP, Universidade Federal de Goiás e coordenador do Projeto Biodiversidade, Sustentabilidade e Educação Ambiental no Estado de São Paulo – BIOTA

As inscrições devem ser feitas através da ficha que segue anexa ao e-mail e enviada para o endereço eletrônico cidadania@casadajuventude.org.br.

Para outras informações estamos à disposição pelo e-mail: cidadania@casadajuventude.org.br
Telefone: (62) 4009-0339 – Alessandra Miranda

Desejosos de contar com sua presença




Alessandra Miranda de Souza
Núcleo de Formação Assessoria e Pesquisa e projetos sociopolíticos
                                                                      Casa da Juventude Pe. Burnier

--
Alessandra Miranda
Área Sócio Política
Casa da Juventude Pe. Burnier
www.casadajuventude.org.br
cidadania@casadajuventude.org.br
Tel. (62)4009-0339

terça-feira, 22 de março de 2011

A Juventude Quer Viver - Condição Juvenil e Redes de Proteção em Goiás




 


A Juventude Quer Viver - Condição Juvenil e Redes de Proteção em Goiás



Fonte: http://casadajuventude.org.br/index.php?option=content&task=view&id=3096&Itemid=2







As Editoras Casa da Juventude e PUC Goiás lançam o livro “A JUVENTUDE QUER VIVER - CONDIÇÃO JUVENIL E REDES DE PROTEÇÃO EM GOIÁS”, 2º volume da coleção “Juventude e Perspectivas”, organizado por Carmem Lúcia, Lourival Rodrigues e Mirian Fábia.

 

O livro faz um cruzamento de dois olhares: o da juventude com o seu modo de ser, suas alegrias, medos e perguntas; e o dos pesquisadores/as, com análise de dados, escuta dos/as jovens e as reflexões da pertinência da temática na academia goiana.

A obra faz a socialização de parte da pesquisa “Organizações Juvenis e Redes de Proteção Social: o caso dos grupos de jovens envolvidos com a Campanha ‘A Juventude Quer Viver’”, realizada pelo Setor de Pesquisa da Casa da Juventude Pe. Burnier, Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Universidade Federal de Goiás.

A pesquisa filia-se à Rede de Educação de Jovens e Adultos e Formação Profissional, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). Chamada Pública n. 007/2008. Programa de Fortalecimento da Ciência: pesquisa em Gênero, Relações Étnico-Raciais e Grupos Sociais.

Estudiosos/as, pessquisadores/as e assessores/as que trabalham com jovens não podem deixar de conhecer a publicação!

Investimento: R$ 16,00.

As encomendas podem ser feitas na Casa da Juventude: recepcao@casadajuventude.org.br ou (62) 4009-0339.
Maiores informações também podem ser obtidas neste contato.